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Filósofo educador. "(...) a felicidade não é o somatório de todos os prazeres de que logramos desfrutar menos todas as dores que não conseguimos evitar e, sim, uma certa qualidade de vida".

terça-feira, 10 de novembro de 2009

JESUS FARIA ALIANÇA COM JUDAS. Lula: entre um pensamento e a santa inquisiçao


Lula: entre um pensamento e a santa inquisição


Por trás do pensar está a idéia da compreensão do que se diz e faz. Para compreender, faz-se necessário despertar nossos mais sublimes sentidos para sacar o que não se diz, a entonação, (...), o meneio.
O Presidente Lula, explicando que é impossível governar sem fazer alianças políticas metaforizou dizendo que “no Brasil, Jesus teria que se aliar a Judas para uma política de coalizão”, gota d`água para provocar a ira de alguns parlamentares de plantão e da CNBB com seus dogmas e valores do século XVII.
Na oportunidade, CNBB e uns poucos parlamentares, abalados quando tocados em suas “moralidades” posicionaram-se diante das câmeras com sagaz eloqüência afirmando em bom tom que o “que fala o Presidente, revela aquilo que Ele é”.
Cometeu algum crime o Presidente ao apropriar-se de tais palavras? Se cometeu, foi tão ínfimo que, permitam dizer: o tribunal da lingüística não se ocuparia com tão pouca coisa. As palavras (os nomes) são convenções acidentais com as quais traduzimos nossas idéias.
Não importa o significado, o mais importante é o seu uso. A linguagem é o espaço de expressividade do mundo, a instância de articulação de sua inteligibilidade.
E foi assim que o também falho Lula no seu incansável exercício dialógico e na imanência de sua arte de discursar usou em bom tom a força de expressão para esclarecer que no Brasil ou em qualquer parte do mundo não se faz política eficaz sem, portanto, renunciar valores considerados irrefutáveis e principalmente os interesses partidaristas.
O que penso, é que não convém parar o congresso para discutir pormenores perdendo tempo com cabriolas da imaginação. O que é mais subversivo que um presidente da República chamar os aposentados de vagabundos, aceitar de braços abertos um senador que viveu varias gerações perpassando incólume pela ditadura e agora deliberando friamente no senado federal? Sem falar do figurão Collor de Mello, Renan Calheiros, o déspota esclarecido em Minas que constrói um faraônico complexo administrativo, ou mais ainda, em Belo Horizonte, uma desembargadora que dá visto no passaporte de um estrangeiro que dirigindo bêbado matou e deixou mutiladas duas vidas sair do país sem responder pelo que fez? Não. Isso não importa. É pouco. Onde estão estes mesmos que colocam o presidente na fogueira santa por usar uns trocadilhos tão comuns no nosso dia a dia?
Deus pelo que parece não está preocupado com o que os homens falem Dele. Ele quer que os homens lutem por justiça social, quer a investida pela paz mundial, o fim da fome que dizima milhões de almas pelo mundo afora.
Cá entre nós, não sem motivos, os oposicionistas têm toda razão de passar noites insones babando de inveja com os ótimos resultados obtidos em tão pouco tempo pelo metalúrgico do ABC. É provável que Ele, como qualquer celebridade, Papas, os padres da igreja, possam comete erros. Não na proporção que a igreja cometeu!
Se a igreja se propusesse a aceitar que o mundo evoluiu do século XVII para cá, ou que se intrometesse pouco nos assuntos do Estado, sua função seria de maior valia.
Quem nunca usou da força de expressão para expor alguma idéia? Quantos que no silêncio e na intimidade do quarto não invoca por Nossa Senhora, com um gozo indecifrável no rosto depois de (...) o leitor atento é capaz de ler nas entrelinhas o sentido do pensamento.
Há de se convir que o Lula é um homem muito inteligente que soube e aprendeu com o tempo que se ele mantivesse aquelas ideologias dos idos de sua mocidade, jamais alcançaria seus objetivos. Quando preciso, soube fazer alianças e em certa medida, renunciou valores considerados intocáveis defendidos pelo partido.
O resto é conversa fiada, falta do que fazer e discurso vazio de quem quer que seja.
Até outra oportunidade.

5 comentários:

  1. Israel,
    Muito bom texto. Traduz bem o que está o que verdadeiramente interessa e está por trás das palavras, por traz da expressão usada pelo presidente.
    Fico feliz e confesso que disse aquilo que gostaria de dizer.

    Um abraço com admiração!

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  2. Querido padrinho, discordo e muito do teu ponto de vista.

    1 - Não sou petista, nem lulista, nem capitalista, nem cristão e muito menos linguísta.

    2 - Não acho que cristãos tenham o direito de se sentirem tão ofendidos por uma metáfora. (É verdade que Sua Excelência, Lula, não pára de cometer crimes de lesa ortografia contra a língua portuguesa, e agora deu também pra dar uma de teólogo).

    3 - Com Lulinha, é 8 ou 80. Suas frases e colocações políticas ora revelam grande sabedoria popular, ora grande ignorância em matérias "técnicas".

    4 - Ao dizer que se "Jesus fosse político teria que se aliar até com o Judas", Lula, confessa na verdade, que traiu os valores que lhe puseram lá, na presidência da república.

    A infelicidade da frase não está na sua atrocidade teológica, mas naquilo que tem de menos subjetiva: em política, vale tudo para governar! Até trair, mentir, roubar... Foi isso que o presidente disse.

    E mesmo não sendo cristão, vendo Jesus apenas como um mito... Mesmo assim, eu não creio que Ele diria, ou faria isso: aliar-se ao Diabo para melhor "governar o Céu".

    Lwei

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  3. Dom Lwei,
    O Presidente Lula, que não é lá um grande governista, não está bancando o teólogo. Bobagem sua. Assim como quem diz "a cavalo dado não se olha os dentes" não certamente não banca o fazendeiro ou veterinário, ou ainda que quem diz "pé que dá fruta é o que mais leva pedrada" tampouco é filósofo ou psicanalista.
    Há especulação demais acerca do que algumas pessoas falam. É banal. Declarações de certos famosos ocupam capas e capas de jornais e revistas. Se o Brad Pitt peidar em público, ou se Sílvio Santos deixar cair a peruca... nossa! Audiência total. Bobagem total.
    Trata-se neste caso, portanto, de ética, de costumes, e nesse sentido não dá pra punir quem faz esta ou aquela aliança para favorecimento do governo. Não se trata de conveniência ou vantagem do mais forte, mas de busca por uma equidade para a governabilidade. Pergunto: quantas vezes teve que fazer acordos com Sra. sua esposa para manter viva a chama de vosso matrimônio? Pois bem, na polis prevalece o acordo, o contrato [o importante é suas cláusulas não sejam imorais ou absurdas]. Também não sou lulista, mas endosso o que diz meu amigo e seu padrinho Israel, também não sou cristão e concordo com você que este não é motivo para retaliação da quase falida [ideologicamente]instituição católica.
    Como dizia o velho Tio Ben "grandes poderes, grandes responsabilidades", então, o poder da presidência não só é temido como é ameaçado e aí o que está em jogo [à exceção das maracutaias e corrupções de boa parte dos políticos, e porque não dizer da cultura, ou do comportamento brasileiro] é a soberania e a guarda do direito do povo.
    Política não é um mar de maravilhas. Consiga seus filhos, assuma uma família, dirija uma ONG, uma escola ou o que seja, dentro de nosso atual estilo de vida, e diga como é sua experiência. A menos que sejas tu um Paulo Freire, um Gandhi, um Jesus renovado, não creio que terá ações tão distintas das que vemos.

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  4. so sei dizer que todas autoridades sao constituidas por Deus.O que ele fez de certo ou errado ele vai prestar conta no juizo final.ele chegou la porque Deus fez as coisas loucas deste mundo para confundir as sabias.loucas porque nao e nenhum academico,e foi no eleito,deixando os sabios pra traz.

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  5. biblia:eclesiates.cap.09:11-voltei-me,e vi debaixo do sol que nao e dos ligeiros a carreira,nem dos valentes a peleja,nem tao pouco dos sabios o pao,nem ainda dos prudentes a riqueza,nem dos entendidos o favor,mas que o tempo e a sorte pertencem a todos.esta tudo explicado na biblis

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