De quem é a culpa?
O cenário de guerra durante manifestação
contra o aumento da tarifa no transporte público às vésperas da Copa das
Confederações no Brasil repercute no mundo.
A cidade de São Paulo enfrenta protestos
contra o aumento na tarifa do transporte público desde o inicio do mês de
junho. Manifestantes e policiais entraram em confrontos em diferentes lugares
da cidade provocando muitos transtornos e insegurança na população. Tiros de
borrachas foram disparados pela polícia para conter os manifestantes que reagiram
atirando bomba de rojão e outros artefatos.
Nesse campo de batalha muitos comerciantes
tiveram seus estabelecimentos depredados, patrimônios públicos foram
danificados, ônibus pichados e muitas pessoas tiveram que ser socorridas e
outras com pequenas escoriações pelo corpo dava o tom de guerra dessa
manifestação.
Jornalistas não passaram incólumes da
força policial e por isso alguns foram agredidos e até detidos pela força
policial que reagia com veemência para restabelecer a ordem pública.
Outros Estados já estão se mobilizando
para receber o mesmo movimento e a cidade de Belo Horizonte 15 de junho assim o fez, porém de forma pacífica e sem maiores
preocupações como as que ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Afinal de contas, de quem é a culpa? Em
São Paulo, o governo acha ilegítimo esse movimento e o acusa de ter fins
políticos e promete agir com mãos de ferro identificando e prendendo os articuladores
e seus sequazes.
Sendo político ou não, o Ministro da
Justiça José Eduardo Cardoso - PT não se furtou da oportunidade para mais uma vez
alfinetar o Governador Geraldo Alckmin - PSDB ao oferecer ajuda Federal como já
havia acontecido bem recentemente durante ondas de violências nesse mesmo
Estado.
Seja qual for a natureza do movimento, o
que deve ser levado em consideração não são os estragos materiais que de fato
estão acontecendo onde essas manifestações estão ocorrendo. Deve-se pensar que
a população está esgotada com a falácia dos nossos legisladores que entra ano e
sai ano vem brincando com a cara de muitas pessoas, sobretudo da classe
trabalhadora que depende desse tipo de condução.
Não é de admirar que oportunamente
surgissem manifestações nessa ocasião em que os olhos do mundo estão voltados
para o Brasil. O que estamos assistindo é apenas o desdobramento daquilo que se
tem feito ou deixado de ser feito no âmbito da política Nacional.
Ninguém é mais bobo nesse país e não suporta
tanta mentira e descaso dos nossos governantes como vem ocorrendo para custear
essa festa de fantasia que já começa com prazo de validade estipulada. Dos doze
estádios construídos no país, quatro não cobrirão os investimentos por
ofertarem jogos de pouca expressão e serem localizados em Estados sem grande
tradição no futebol brasileiro.
De todo modo vale a pena a festa e
torceremos para que a seleção brasileira faça bonito em campo e que conquiste
os títulos tão desejados pelos torcedores mais entusiasmados. Seria uma boa
compensação para o que ainda virá no futuro. Vamos aguardar!
Divinópolis.
15/06/2013 - atualizado 22h59 15/06/2013
Imagem.
Giuliana Vallone. Repórter do Jornal Folha ferida em manifestação em SP.
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