
Queria ser um poeta.
Poeta em dias de chuva.
Olhar os pingos na janela
Caídos da noite escura.
Poetizar minha demência.
Falar com os mortos.
Deitar no chão.
Viver no exílio.
Dançar a marcha fúnebre
Cruzado com a dama da noite.
Atravessar a ponte
Pular no abismo.
Rasgar todo meu corpo
Deixá-lo em carne viva.
Gritar meu grito
Sufocado com a água turva.
Amarrar meu corpo.
Derramar o vinho.
Sentir a dor dos violentados.
Ser comido pelo tempo.
Viver sozinho
Confinado na alcova.
Meu fardo minha vida.
Pesadelos noturnos.
Morte premeditada.
Sou triste criatura.
Desferido com golpes letais
Daquela que um dia amei.
Sou o que fui.
O reflexo do livro
Na cabeceira da cama, vazia...
Vejo a morte do Nietzsche
Anunciada pelo Santo Cristo.
Meus sonhos femininos
Queimados em chamas quentes.
Um último cálice
Antes da partida.
Eu para o Hades
Regar os jardins
Alimentar os pássaros.
Solitário...
por: Israel Martins
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aviso: o proponente desse blog está expressando sua opinião sobre o tema proposto, e esperamos que as opiniões nos comentários sejam respeitosas e construtivas. O espaço abaixo é destinado para debater o tema e não criticar pessoas. Ataques pessoais não serão, de maneira nenhuma, tolerados, e nos damos o direito de excluir qualquer comentário ofensivo, difamatório, calunioso, preconceituoso ou de alguma forma prejudicial a terceiros, assim como textos de caráter promocional e comentários anônimos (sem um nome completo e e-mail válido).