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Filósofo educador. "(...) a felicidade não é o somatório de todos os prazeres de que logramos desfrutar menos todas as dores que não conseguimos evitar e, sim, uma certa qualidade de vida".

terça-feira, 6 de setembro de 2011

PISO OU SUBSIDIO? ENTRE UM E OUTRO, A JUSTIÇA


“A ordem justa da sociedade e do Estado é tarefa principal da política”, diz o Papa Bento XVI na sua carta encíclica Deus charitas est.28. a.
A insensatez política em Minas tem alcançado níveis preocupantes de incompreensão, clientelismo e insensibilidade para com as coisas de maior urgência no setor público.
Digo isso não apenas para justificar o qüiproquó que se arrasta na Rede Pública de Ensino desde o dia 08/06/11 num verdadeiro cabo de força entre governo e sindicato, mas, sobretudo pelo fato de não compreender como outros assuntos como aquele relativo à copa do mundo de futebol transita sem embargos nos corredores do congresso e na vontade deliberada do nosso chefe de Estado.
O fato é que todo esse imbróglio tem provocado prejuízos sem precedentes na educação dos nossos jovens além de colocar a sociedade numa situação de revolta contra os educadores porque com os filhos em casa, ou em casos mais extremos, dependente da merenda escolar não se importam com a causa do movimento.
O movimento de insurgência dos sindicalizados em educação contra a política do governo chegou a níveis agudos basicamente pela falta de diálogo e insensatez política. O que se viu e assistiu nesse período, foi o governo dissimular a pauta de reivindicação e de forma despótica veicular informações distorcidas e até mesmo questionáveis como aquela onde se oferece o professor da família (sem a devida formação) para resolver o problema do menino que mora no morro da periferia. Alguém tem dúvida que isso é tarefa para assistente social?
Já não é sem tempo para que nossos governantes se voltem para essa questão que se arrasta de quatro a décadas em nosso país. Não se pode permitir um dia sequer que a educação de nossa gente sofra com o escárnio e a condição de marginalizada como tem sido sistematicamente pensada até a presente data.
Não podemos permitir essa situação de vassalagem e promiscuidade com a educação de Minas Gerais. Em nome de uma ideologia perversa de codinome choque de gestão, tem-se prostituido o ensino público submetendo essa área tão significativa ao cansaço dos docentes bem como colocando-a a beira da extinção. Posto isso, faz-se mister a adoção de medidas urgentes e de caráter ontológicos para conter a ferida aberta nessa área que trás na esteira de sua história os registros de impérios que se constituíram sustentados por uma educação universal. No futuro, países vão se atolar por falta dela, diz Sergio Costa Ribeiro.
Não sem motivos, países como o Japão, a Revolução educacional 1860 – Heiji, que praticamente acabou com o analfabetismo. Afora os vestígios religiosos, políticos e ou militares, tem-se que acima desses registros ideológicos, o interesse de acabar com os velhos hábitos de manter o povo ignorante como instrumento de controle.
A justiça, segundo palavras de Dom Walmor O. Azevedo é um olhar que abrange o conjunto da vida da sociedade e incomoda com suas urgências de respostas, particularmente quando faz ver a situação dos excluídos e as condições indignas de vida de grande parte da população.
O futuro que tanto falávamos se faz presente, e corremos o risco de colocar mais uma vez nossa gente nos trilhos da subserviência de outros povos que virão novamente para nossas terras, não mais para colonizar, mas para deleitar-se novamente de nossas conquistas recentes. Para nosso desespero, o governo não se furta em subsidiar os meios para que isso venha acontecer a começar pela mazela e descaso com que tem tratado a greve desse ano.
Para nosso alívio, governo como esse tem vida curta e vigiada e é facilmente olvidado. Já nós os educadores estamos condenados a imortalidade, livres para seguir o caminho pedregoso do conhecimento. Esse sim imortal, transcendental, ilimitado e libertador.
Por fim, encerro esse manifesto com as palavras de Gadotti quando diz “hoje minha certeza é outra; penso que, no dia-a-dia, mudando passo a passo, com pequenas mudanças numa certa direção, podemos operar a grande mudança, a qual poderá acontecer como resultado de um esforço continuo, solidário e paciente. E o mais importante, isso pode se feito já. Não é preciso esperar para mudar”.

Paz e bem!
Por: Israel Martins – convite à reflexão. Agosto 2011.





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