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Filósofo educador. "(...) a felicidade não é o somatório de todos os prazeres de que logramos desfrutar menos todas as dores que não conseguimos evitar e, sim, uma certa qualidade de vida".

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

NO MERCADO DA POLÍTICA O POLÍTICO É O PRODUTO

Na iminência de um ano eleitoral já para 2014 a corrida dos caçadores de votos esquenta todos os canais possíveis de comunicação com mais intensidade  e a plasticidade de sempre dos atores políticos.
Entremeio ao julgamento do fatídico mensalão que se  arrasta por mais de uma década, o desenfreado   troca-  troca entre partidos esquenta a corrida para alcançar  o Congresso Nacional e como na política o espaço  reservado para moralidade soa  contraditório, tem político pondo em xeque seus princípios e mais nobres  valores pelo simples prazer de não ficar de fora das próximas eleições.
Sobre isso, as manifestações ocorridas no primeiro semestre foram um indicativo de que profundas mudanças terão que ocorrer no cenário político Nacional. As pessoas já estão esgotadas e por isso reivindicam melhorias em todos os setores da sociedade como, por exemplo, a urgente moralização no trato com o Bem Público, moralização dos homens e mulheres que foram eleitos para nos representar e que nada fazem a não ser preocupar-se a com a própria performance fazendo de sua imagem um produto para ser exposto em vitrine para consumo de mercado.
Vale lembrar da hostilidade por parte dos manifestantes a aqueles que tentaram levantar bandeiras sindicais e de partidos políticos se mostrando interessados na causa popular quando na verdade queriam aproveitar da grande repercussão que mobilizou as grandes e pequenas cidades por todo território Nacional.
As manifestações mostraram que estamos diante de uma geração (ou uma parte dela) que conhece e valoriza a luta da geração passada que também foram às ruas pelas eleições direta, que pediram mudanças, mas os atuais manifestantes não acham suficiente ter direito ao voto, eles querem decência na política, querem uma representação de fato do corpo político e jurídico que espelhe a constituição do nosso país, querem um Estado democrático substancial em que o diálogo com os representantes seja possível com todos e todas e mais, que não se permita, no poder, nenhuma ideologia reacionária que atente contra as liberdades individuais, contra a liberdade de expressão e, sobretudo que não atente contra os desvalidos desse país.
Analistas políticos fazem uma leitura particular dos protestos e apontam que a tradicional terceira classe social brasileira está chegando ao fim e por isso com a guinada na economia do país muitas pessoas saíram da linha da pobreza, estão se informando mais, comprando mais e atentaram para o fato de pagarem  impostos abusivos e não serem compensados de forma alguma com serviços públicos de qualidade.
Aliás, andam justificando a anomia no serviço público de saúde com a escassez de médicos em todo país e por isso incapaz de atender todas as cidades trazendo desse modo muito desconforto para as pessoas e as famílias que buscam esse serviço.
Não sou nenhum especialista da área, mas não há nada que me impeça de dar uma opinião a respeito do assunto: quantas são as universidades públicas de medicina espalhadas por esse país? Qual é o real número de médicos que são formados anualmente nessas universidades e qual é o destino da maioria?
Para não diminuir a discussão, não faltaram argumentações e entre elas a necessária importação de médicos latinos para resolver o drama dos milhões de brasileiros espalhados por esses rincões do país. Em se fazendo isso, o governo ignora a falta de recursos nas regiões remotas, a falta de plano de carreira e o exacerbado número de faculdades que formam médicos sem a devida competência para atuar na área. Partindo do mesmo princípio de legitimidade que deu origem a essa situação, porque não importar políticos estrangeiros para substituir os atuais e incompetentes parlamentares que nos matam de vergonha anos a fio nesse país?
A falta de médico se assemelha a falta de professores para atuarem na educação e retrata muito bem a postura de indiferença das várias gerações de governo para com ambas as áreas. Saúde e educação geram despesas e por isso pouca lucratividade, por essa razão falar-se mais em economia, na balança comercial, no superávit, na distribuição do pré-sal... isso sim dá visibilidade.
Não é sem tempo para que se faça uma verdadeira revolução nas áreas da saúde e da educação, que se diminuam pelo menos a política voltada para a corrupção, que a decência seja a base dos nossos Representantes e que o jogo das vaidades no pequeno universo político seja substituído pelo principio da macroética que é algo maior e mais profundo capaz de acompanhar de perto nossos problemas bem como o destino da humanidade.
É mister que a população seja informada de que a solução encontrada para atender as reivindicações populares não resultou de ato de bondade dos nossos governos tampouco de uma preocupação com a maioria e o que se tem feito até o momento não passa de um capricho, de uma habilidade criativa para aplainar o ímpeto popular enquanto chega a próxima eleição.


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