Na iminência de
um ano eleitoral já para 2014
a corrida dos caçadores de votos esquenta todos os canais possíveis de comunicação com mais intensidade e a plasticidade de sempre
dos atores políticos.
Entremeio ao
julgamento do fatídico mensalão que se arrasta por mais de uma década, o desenfreado troca- troca entre partidos esquenta a corrida para alcançar o Congresso
Nacional e como na política o espaço reservado para moralidade soa contraditório, tem político pondo em xeque seus princípios e mais nobres valores pelo simples prazer de não ficar de fora das próximas eleições.
Sobre isso, as
manifestações ocorridas no primeiro semestre foram um indicativo de que
profundas mudanças terão que ocorrer no cenário político Nacional. As pessoas
já estão esgotadas e por isso reivindicam melhorias em todos os setores da
sociedade como, por exemplo, a urgente moralização no trato com o Bem Público,
moralização dos homens e mulheres que foram eleitos para nos representar e que
nada fazem a não ser preocupar-se a com a própria performance fazendo de sua
imagem um produto para ser exposto em vitrine para consumo de mercado.
Vale lembrar da
hostilidade por parte dos manifestantes a aqueles que tentaram levantar
bandeiras sindicais e de partidos políticos se mostrando interessados na causa
popular quando na verdade queriam aproveitar da grande repercussão que
mobilizou as grandes e pequenas cidades por todo território Nacional.
As manifestações
mostraram que estamos diante de uma geração (ou uma parte dela) que conhece e
valoriza a luta da geração passada que também foram às ruas pelas eleições
direta, que pediram mudanças, mas os atuais manifestantes não acham suficiente
ter direito ao voto, eles querem decência na política, querem uma representação
de fato do corpo político e jurídico que espelhe a constituição do nosso país,
querem um Estado democrático substancial em que o diálogo com os representantes
seja possível com todos e todas e mais, que não se permita, no poder, nenhuma
ideologia reacionária que atente contra as liberdades individuais, contra a
liberdade de expressão e, sobretudo que não atente contra os desvalidos desse
país.
Analistas
políticos fazem uma leitura particular dos protestos e apontam que a tradicional
terceira classe social brasileira está chegando ao fim e por isso com a guinada
na economia do país muitas pessoas saíram da linha da pobreza, estão se
informando mais, comprando mais e atentaram para o fato de pagarem impostos abusivos e não serem compensados de
forma alguma com serviços públicos de qualidade.
Aliás, andam justificando
a anomia no serviço público de saúde com a escassez de médicos em todo país e
por isso incapaz de atender todas as cidades trazendo desse modo muito
desconforto para as pessoas e as famílias que buscam esse serviço.
Não sou nenhum
especialista da área, mas não há nada que me impeça de dar uma opinião a
respeito do assunto: quantas são as universidades públicas de medicina espalhadas
por esse país? Qual é o real número de médicos que são formados anualmente
nessas universidades e qual é o destino da maioria?
Para não
diminuir a discussão, não faltaram argumentações e entre elas a necessária
importação de médicos latinos para resolver o drama dos milhões de brasileiros
espalhados por esses rincões do país. Em se fazendo isso, o governo ignora a
falta de recursos nas regiões remotas, a falta de plano de carreira e o
exacerbado número de faculdades que formam médicos sem a devida competência
para atuar na área. Partindo do mesmo princípio de legitimidade que deu origem
a essa situação, porque não importar políticos estrangeiros para substituir os
atuais e incompetentes parlamentares que nos matam de vergonha anos a fio nesse
país?
A falta de
médico se assemelha a falta de professores para atuarem na educação e retrata
muito bem a postura de indiferença das várias gerações de governo para com
ambas as áreas. Saúde e educação geram despesas e por isso pouca lucratividade,
por essa razão falar-se mais em economia, na balança comercial, no superávit,
na distribuição do pré-sal... isso sim dá visibilidade.
Não é sem tempo
para que se faça uma verdadeira revolução nas áreas da saúde e da educação, que
se diminuam pelo menos a política voltada para a corrupção, que a decência seja
a base dos nossos Representantes e que o jogo das vaidades no pequeno universo
político seja substituído pelo principio da macroética que é algo maior e mais
profundo capaz de acompanhar de perto nossos problemas bem como o destino da
humanidade.
É mister que a
população seja informada de que a solução encontrada para atender as
reivindicações populares não resultou de ato de bondade dos nossos governos
tampouco de uma preocupação com a maioria e o que se tem feito até o momento
não passa de um capricho, de uma habilidade criativa para aplainar o ímpeto
popular enquanto chega a próxima eleição.
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