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Filósofo educador. "(...) a felicidade não é o somatório de todos os prazeres de que logramos desfrutar menos todas as dores que não conseguimos evitar e, sim, uma certa qualidade de vida".

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

AUTORIDADE E AUTORITARISMO Quando o segundo se levanta na prática docente.



O autoritarismo não é lá uma boa medida para ser usado no processo pedagógico. Ele atende a outro interesse.

Segundo tradução Autoridade – sf. Direito ou poder de fazer-se obedecer, de dar ordens, tomar decisões, agir, etc. 2. Aquele que tem esse direito ou poder. 3. fig. Influência; prestigio.
Autoritarismo – adj. Relativo a autoridade; que se firma numa autoridade forte, ditatorial; revestido de autoritarismo; dominador; impositivo; a favor do principio de submissão cega à autoridade. Historicamente o autoritarismo manteve laços estreitos no contexto educacional quando associado aos seguimentos religiosos e ou militares, e foi assim adotado por muito tempo no trabalho pedagógico.
A pensar na questão, o título, inicialmente, nos induziria a pensar que o texto que ora se apresenta fosse ganhar os contornos tipicamente de uma discussão política, jurídica e porque não pelo viés do sectarismo religioso.
Para ser mais preciso, optei por conta e risco utilizar o título que para mim foi o mais adequado para àquilo que experiencie nessas minhas andanças pelas escolas públicas do entorno da cidade de Belo Horizonte/ MG. Entretanto proponho não generalizar e tomar minha opinião - que se deixe bem claro, como sendo uma situação recorrente e, portanto uma práxis adotada nos projetos pedagógicos de tantas escolas desse vasto território mineiro. Mas talvez seja e eu ainda não tomei conhecimento.
O fato é: qual o prejuízo se assim posso dizer, quando no âmbito escolar autoridade e autoritarismo desarticulados e vazios de sentido o segundo passa a legitimar ações e atitudes pedagógicas pondo em risco o bem estar e o bom relacionamento com professores e demais profissionais da escola?
A autoridade do Diretor bem como de um Professor deve derivar de sua postura profissional e não de intenções idiossincráticas, na firmeza com que esclarece conceitos, no jeito simples de resolver problemas profundos, mas também pela capacidade de argumentação e diálogo. De outro modo, autoritarismo não funciona, não serve a nenhuma função educativa. Não passa de uma atitude arrogante.
Voltando a questão, parece ser muito difícil, para algumas pessoas aceitar ou conviver democraticamente com as coisas que diz respeito ao interesse público. Nessas minhas andanças pelas escolas estaduais tenho notado a dificuldade de uma pequena parcela de pessoas diferenciarem o campo que separa o interesse público do interesse privado.
Pois vejam que atitudes e posturas políticas semelhantes aquelas dos idos do Brasil colonial e ditatorial respingam ainda hoje em pequenos redutos educacionais espalhados por esses rincões de Minas Gerais.
Pude observar que o medo, a lei da voz mais alta e a imposição são alguns dos mecanismos utilizados para justificar o papel político e com isso outros interesses. Em contrapartida, o bom senso, o respeito, o diálogo e a autonomia de tantos engrossam a lista de questões secundárias. O chumbo tem respingado quente no lombo de uma minoria sem nenhum ressentimento e sabe-se lá porque tamanho silêncio.
A propósito, sobre o bom senso, Renée Descartes, autor francês do século XVII proferia ser a razão (ou precisamente, o bom senso) a faculdade mais bem distribuída entre os homens porque cada um pensa estar dele tão bem provido que mesmo os mais difíceis  de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejar mais do que o que têm - Descartes, 1976, p.39.
Portanto, mais uma vez, faço meu balanço daquilo que vi e vivi do ano que se passou em questões educacionais. Muito se tem avançado politicamente como mostra as campanhas publicitárias e pouco ou quase nada humanamente. Ainda.
Possivelmente alguém venha objetar que questões como essa é inerente a vida política e o poder seja ele de um diretor ou até mesmo de um professor trás consigo seus benefícios; mas tenho a convicção de que falta muito ainda para tocarmos ainda que de leve a tão sonhada educação. Falta educação, falta respeito, falta sentimento e isso é tão caro para muitos.
Paz e bem!

Divinópolis, 16 de janeiro de 2013.

Reforce esse tema em entrevista com o filosofo Mario Sergio Cortella: 
http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/mario-sergio-cortella/2012/07/30/AUTORIDADE-NAO-E-AUTORITARISMO.htm

veja também o vídeo: A Escola Cidadã, por Paulo Freire 
http://www.youtube.com/watch?v=ZC1ruqUnX7I




Um comentário:

  1. qdo tiver tempo vou assistir.perde se muito tempo no face e esqueço do blog

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